24 de Junho de 2012 saindo de casa........

Após voltar para casa, novamente brigas e mais brigas com o meu pai, ele veio pedir para que eu comprasse um motor para o carro dele e parcelasse a mão de obra....

Bom, nesta altura eu decidi usar óculos escuros, assim ninguém mais olharia nos meus olhos

Pois quando as pessoas olham nos nossos olhos, isso dá intimidade, ai elas pedem dinheiro.....

Bom, concordei em comprar o motor e parcelar a mão de obra, e aquilo consumiu todo o limite do meu cartão de crédito.

No dia seguinte, para minha surpresa, meu pai acordou de manhã, e simplesmente ligou o meu carro e saiu....

Como assim??????? Eu também não entendi...

Liguei para o celular dele várias vezes e ele não atendeu, claro que fiquei em casa xingando ele, e quando minha mãe chegou do trabalho eu estava em cólicas de tanta raiva.

Ela perguntou o que estava acontecendo e então comecei a falar.....

Ela entendeu, e alguns minutos depois ele chegou, sem o meu carro, falou que havia batido o carro e estava parado próximo ao campo de futebol......

Bom vocês podem imaginar a minha reação....

Fui até o local e o carro não estava, um cara que tem um bar perto do campo falou que alguém tinha batido o celta em um monte de pedras e deixou o carro aberto e foi embora, e que logo depois dois caras que estavam no campo levaram o carro.

Eu falei, como assim? Pra onde? Quem levou??

Então ele, olha não sou pessimista, mas acho que o seu carro foi roubado, abandonado e levado.....

Fiquei sem rumo e sem chão com aquela informação, minha vontade era de matar o meu pai, tocar fogo no corpo dele, arrancar a cabeça e sei lá mais o que.....

Sei que voltei para casa, dessa vez brigamos feio.

Chegamos até a nos agredir fisicamente, então no mesmo dia aluguei uma casa, no dia seguinte peguei o resto do dinheiro que eu tinha no banco comprei o básico para a casa, tudo usado mesmo, em uma loja da Mercatudo - Casas André Luis.

Montei a casa, ganhei uma geladeira do chefe da minha irmã, e paguei o primeiro mês de aluguel e o depósito da casa.

Montei a casa com o basicão mesmo, somente o que eu precisava para sobreviver, minha mãe me deu algumas coisas, o que estava ao alcance dela.

Bom eu estava fora de casa, e livre de problemas e brigas com o meu pai.

Mas agora estava ainda mais endividado, com o carro roubado, o carnê dele para pagar, um cartão de crédito com limite estourado, minha conta bancaria no vermelho, e um aluguel mensal de $350,00 por mês.
Fora as 8 prestações do carro que ainda restavam.
Sinceramente neste momento eu queria matar o meu pai, mas no fundo acabei sentindo pena dele.

Fui até a casa da mãe dele, minha avó para conversar com ela.

Ela já é uma senhora muito velha e nem mesmo me reconheceu, mas conversei com ela assim mesmo, ela foi me contando sobre a infância dos filhos, da relação que possuía com os outros homens do bairro, e de como ela maltratava o marido (meu avó) quando ele ficou doente.
Neste instante eu percebi o que meu pai tanto detestava em mim.

Percebi então que no fundo ele não sabia ser pai, afinal ele não teve referencia de pai, apenas de mãe que por sinal era uma péssima referencia.
Após algumas horas de conversa ela se queixou de dor no corpo e que iria dormir, agradeci o tempo, estava indo embora então a única irmã do meu pai veio falar comigo:

- Não tenha raiva do seu pai, o problema dele é inveja, ele sofreu muito na infância e como ele viu o amor que a sua mãe sempre te deu, começou a alimentar este ódio por você, mas ele vai se arrepender um dia.

Sorri por fora, mas estava sangrando por dentro, então agradeci a atenção e fui para a minha casa.

Deitei e fui dormir, afinal teria um longo dia pela frente.