quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

2006, meu primeiro emprego

Certo dia, fui levar um recibo para uma cliente do meu pai, na mesma cidade onde eu morava, a cliente morava na Bela Vista - Guarulhos, então ao voltar para casa, vi uma placa em uma loja de móveis com o texto:
"PRECISA-SE DE VENDEDOR".
Então pensei, por que não.
Cheguei em casa, falei com minha irmã sobre a loja e então ela ajudou a me arrumar para parecer um vendedor (kkk) ok, no dia seguinte, uma manhã de terça feira, fui até a loja, entrei olhei ao redor, o gerente da loja estava no mezanino, e então pediu para que eu aguardasse um tempo.
Esperei por 3 minutos, então ele desceu, conversamos um pouco, claro que eu menti sobre alguns aspectos, afinal eu nunca havia trabalhado antes, somente com meu pai, e aos 16 anos em uma escola de informática, para pagar o meu curso técnico, mas nada a ver com comercio, vendas nem tão pouco móveis, mas sustentei as afirmações e então ele gostou do meu perfil, e pediu para que eu começasse no dia seguinte.
Olhei para ele com um olhar séptico, mas por dentro eu estava pulando de alegria em "EBULIÇÃO", e falei ok, até amanhã.
Fiquei muito feliz, afinal meu primeiro emprego fixo, e com registro, nossa foi um achado.
Voltei para casa falei com os meus pais e com minha irmã, sobre a loja e que eu começaria a trabalhar no dia seguinte, minha mãe ficou feliz, meu pai, nem tanto, e eu vi nos olhos dele que ele estava detestando e rezando para não dar certo.
Mas ok, no dia seguinte fui para a loja, o gerente começou a me explicar como funcionavam as coisas, quando seria meu almoço, me passou alguns catálogos e a rotina da loja.
Ele foi para o segundo piso e eu fiquei no salão, bom sei que no primeiro dia atendi 10 clientes e fechei oito vendas, claro que eu adorei, e ele mais ainda, tanto que eu ouvi uma conversa dele no telefone com o pai dele, falando sobre mim.
Bom no dia seguinte, quem veio abrir a loja foi o pai dele, quando eu vi aquele cara, nossa tremi, o pai dele possuía o biótipo que eu sonhava tinha o perfil que eu queria, mas claro, sempre fui e sou discreto, então agi  naturalmente continuei a trabalhar, e claro pensando no pai dele, fiquei por 3 semanas vendendo cada dia mais e mais, conheci os funcionários da loja, de todas as lojas, eles possuíam 3 lojas em Guarulhos, conheci a família dele, esposa filho, a ex-esposa do gerente, que sempre ia na loja e dava uma "trepadinha" no segundo andar e ele sempre pedia para que eu passasse um "pano" para ele ir lá, bom era uma época de copa do mundo, então tudo estava acelerado.
No meu primeiro mês de trabalho, o pai dele me chamou pelo meu nome completo com aquela voz grossa que ele tinha, me arrepiei todo e pensei "Agora a porra ficou séria" e falou:
- A partir de amanhã você vai ficar sozinho na loja, com um motorista e um montador, o meu filho vai ficar na outra loja com o pessoal, pois eu vou viajar com a minha esposa.
Então eu respondi ok, ele falou:
- Já conversei com o pessoal, já deixei as ordens e informei que a partir de hoje você é o gerente logístico.
Eu falei:
-  Hum desculpe, como assim?
Então ele:
- Traz sua carteira de trabalho e documentos, pois vamos te registrar amanha, isso claro se você quiser.
Respondi apenas Ok.
Não preciso falar de como fiquei emocionalmente né.
Continuei na loja por mais três meses e sempre pensando no dono, toda vez que ele ia até a loja conversávamos muito e ele soltava algumas piadas, e eu somente sorria, e claro continuei no mesmo ritmo de vendas, até que um dia o filho dele voltou para a loja, e falou, vou ficar aqui de novo, respondi apenas ok, vou para o salão de vendas então, ele disse:
- Na verdade eu queria pedir para você se demitir....
Então eu perguntei o porquê, ele disse que tinha certa inveja do modo como o pai dele me tratava e que sempre ele falava de mim na casa deles, e que isso não estava agradando ele, ou seja, ciúmes.
Bom a esta altura eu já não estava mais aguentando ficar só olhando para o pai dele, e ficar fingindo que queria ser o filhinho. 
Então, falei Ok, eu saio, sem problema algum.
Então ele olhou para mim, me chamou no segundo piso, sentou em uma pilha de colchões e perguntou:
- Thyago, você é gay? Eu percebi o jeito que você olha para o meu pai, e ele esta mudado, estranho e ele vem muito aqui, e você é um cara estranho, eu nunca vejo você falando de namorada, e você sempre passou pano pra mim, já segurou a minha mulher lá na loja enquanto eu estava com a outra aqui em cima, então eu queria saber se você é gay, e se já saiu com o meu pai?...
Bom, aquela pergunta, e o modo de como ele a fez, me deixaram encabulado, muitas coisas passaram pela minha cabeça, e eu fiquei imaginando será que eu estou "DANDO PINTA", mas olhei para ele seriamente e falei:
- Bom, acho que minha sexualidade não importa, mas não, nunca sai com o seu pai, e claro, já passei os panos para você, por que sei lá, me senti na obrigação de te ajudar, assim como você me ajudou, me contratando, foi por isso, por "amizade" sei lá se é a palavra correta.
Ele simplesmente falou obrigado, pediu desculpas pela pergunta, balancei a cabeça positivamente, e estava saindo, então ele, espera, é volta amanhã ai eu pago seus dias, já dou baixa na sua carteira, e se possível, gostaria que a amizade continuasse. 
Apenas sorri, e voltei para casa, decepcionado, mas voltei, falei com a minha mãe, bom, no dia seguinte fui até a loja, recebi o tempinho trabalhado e fui embora......
Claro, que em casa foi complicado de explicar, mas falei que já estava com outro emprego engatilhado (mentira).
Bom, fiquei alguns dias desempregado, até que consegui outro emprego como professor de informática, onde fiquei por mais cinco meses, depois fui trabalhar em uma papelaria como balconista, fiquei por dois meses.
Bom com esta passagem é muito fácil perceber minha rotatividade em empregos né, isso pelo meu perfil difícil que eu vou traçar para vocês na próxima postagem.
Talvez por ironia do destino, ou por outra força universal, meu interesse no pai do gerente apenas aumentou, sair da loja, não me impediu de concretizar meu desejo.
Mantive contato com o gerente da loja por mais algum tempo, sem que o pai dele soubesse, pois ele disse ao pai que eu havia saído da loja por que conseguira uma vaga em uma empresa multinacional e que me mudaria no final do ano para Nova Iorque, pelo menos foi assim que ele me disse que justificou minha saída para o pai dele.
Claro que o pai dele sabia que tinha algo errado na minha saída, porém naquele momento não fez nada....



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